Se pudesse viver novamente a minha vida,
na próxima cometeria mais erros.
Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais.
Seria mais tolo do que tenho sido,
na verdade bem poucas coisas levaria a sério.
Seria menos higiênico.
Correria mais riscos, viajaria mais, contemplaria
mais entardeceres, subiria mais montanhas, nadaria em mais rios.
Iria a mais lugares aonde nunca fui, tomaria mais sorvete
e comeria menos lentilha, teria mais problemas reais
e menos problemas imaginários.
Eu fui uma dessas pessoas que viveram sensata
e produtivamente cada minuto da vida.
Claro que tive momentos de alegria.
Mas, se pudesse voltar a viver,
procuraria ter somente bons momentos.
Porque, se não sabem, disso é feita a vida, só de momentos;
não percam o agora.
Eu era um desses que nunca iam a parte alguma sem
um termômetro, uma bolsa de água quente, um guarda-chuva
e um pára-quedas; se voltasse a viver, viajaria mais leve.
Se eu pudesse voltar a viver, começaria a andar descalço
no começo da primavera e continuaria assim até o fim do outono.
Daria mais voltas de carrossel, contemplaria mais amanheceres
e brincaria com mais crianças, se tivesse outra vez minha vida pela
frente. Mas, como sabem, tenho 85 anos e sei que estou morrendo…
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Autora: Nadine Stai, senhora americana de 85 anos, moradora em Louisville, Kentucky. Na Internet, este texto é também equivocadamente atribuído ao poeta argentino Jorge Luís Borges