E assim, depois de muito esperar, numa manhã de um dia como outro qualquer, colocamos nossa bagagem na motocicleta, e junto com amigos, partimos para a aventura!
Em 23 dias de viagem e nos mais de 8 mil km rodados, do início ao fim, as nossas motos fizeram a sua parte. Ao longo do caminho, muitos desafios nos esperavam, e em nossa provação nem o vento, nem a chuva, nem o gelo nem a altitude foram obstáculos.
No fim nada impediu nosso caminho, nem que cumpríssemos a nossa meta e voltássemos íntegros em nossas motos.
E nada foi melhor do que voltar para descobrir que a estrada que parte da nossa porta não tem mesmo fim.
Pior do que passar frio subindo e descendo as montanhas dos Andes seria não ter chegado até lá, ou nunca ter deixado as conhecidas estradas das nossas vidas. Mesmo que fosse apenas para descobrir o quanto elas são quentes e confortáveis.
Eu senti um estranho bem-estar ao contornar gelos tão longe de casa.
Nesta viagem descobri que precisamos viajar por nossa conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV.
Precisamos viajar com nossos próprios olhos e pés (ou rodas!) para entender melhor os nossos limites e medos, e com isso podermos viver a total plenitude das maravilhas que nos cercam.
Precisamos conhecer o frio para desfrutar do calor e o oposto, sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Precisamos viajar para lugares que não conhecemos, para quebrar a arrogância que nos faz ver o mundo como imaginamos, e não simplesmente como ele é.
Que nos faz professores e doutores do que não vimos…
Quando deveríamos ser alunos e simplesmente ir ver !!
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Texto: José Maria (adaptação livre do livro “Mar sem Fim” do Amyr Klink)
Imagens: Integrantes da viagem
Viagem ao Chile, em Novembro de 2008, feita por integrantes do HOG Campinas