O filme “Peixe Grande e suas Histórias Maravilhosas” (título original Big Fish) do Tim Burton é calcado no sentimento que um peixe grande não pode ser posto dentro de um pequeno aquário. Ele precisa de espaço para a sua mobilidade e ser livre para sair e explorar o mundo. Quando enclausurado em um aquário pequeno o peixe permanece pequeno, mas quando não existem barreiras ele cresce, se torna um Peixe Grande.
O centro do filme é Edward Bloom, que como o peixe, desde a sua juventude necessita de espaço e mobilidade para conhecer as coisas e sair pelo mundo. O filme é contato em flashbacks do próprio Edward Bloom, já idoso e doente, que tem o dom de cativar as pessoas com suas histórias fantásticas e surrealistas, que mais parecem terem sido retiradas de um livro infantil. De tão surreais, as histórias não são levadas muito a sério por ninguém, mas conquistam a simpatia e a admiração de todos por onde ele passa.
A mensagem principal do filme é que estamos sempre cercados de coisas maravilhosas e depende apenas de nós mesmos enxergá-las e transformá-las realmente em coisas que façam a diferença em nossas vidas. Como o nosso cotidiano é muitas vezes monótono e sem graça temos muita dificuldade em encontrar a magia que está ao redor de nossa existência.
A realidade das nossas vidas é encarnada pelo filho de Edward. Will é uma pessoa normal, e portanto, um sujeito objetivo, pragmático e previsível com uma imensa dificuldade de aceitar e interagir com um pai contador de histórias. Entretanto, com a doença do pai e a forçada necessidade de aproximação, Will tem a chance de descobrir toda a magia que cercam as histórias fabulosas e, no ponto culminante do filme, entrar dentro dessas histórias para entender melhor o grandioso pai que tem!
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Texto: Imaculada